13 abril 2010
Não andeis ansiosos de coisa alguma;
em tudo,
porém,
sejam conhecidas,
diante de Deus,
as vossas petições,
pela oração e pela súplica,
com ações de graças.
E a paz de Deus,
que excede todo o entendimento,
guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
Finalmente,
irmãos,
tudo o que é verdadeiro,
tudo o que é respeitável,
tudo o que é justo,
tudo o que é puro,
tudo o que é amável,
tudo o que é de boa fama,
se alguma virtude há e se algum louvor existe,
seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
O que também aprendestes,
e recebestes,
e ouvistes,
e vistes em mim,
isso praticai,
e o Deus da paz será convosco.
O tema da mensagem desta noite é uma das doenças que mais tem assolado o ser humano em nossos dias: a ansiedade. O apóstolo Paulo tinha motivos de sobra para estar ansioso: 1) Tratava de problemas de relacionamento entre irmãos (Fp 1.14-17); 2) Estava preso; e 3) Pairava no ar a possibilidade de sua execução. Paulo tinha todo direito de estar ansioso, mas não foi o que fez. Ele concentrou-se em explicar aos seus leitores o segredo da vitória sobre a preocupação.
O que é a ansiedade? A palavra grega traduzida por “ansiosos” significa “atraídos para direções diferentes”. Nossas esperanças nos puxam para um lado, nossos medos para o outro e a tensão torna-se insuportável. O sentido da palavra ansiedade é associado à angústia, que pode significar “aperto”. Quando ficamos ansiosos, sentimo-nos “apertados” e “estrangulados” a ponto de ter sintomas físicos bastante claros: coração acelerado, pupilas arregaladas, dor no peito e mãos frias.
Do ponto de vista espiritual, a ansiedade é constituída de pensamentos (a mente) e de sentimento (o coração) incorretos acerca de circunstâncias, pessoas e coisas. No entanto, não basta dizer para si mesmo: “pare de se preocupar”. A força de vontade não é capaz de pegar este ladrão de alegria. Para vencer a ansiedade, é preciso ter mais do que boas intenções.
O único remédio perfeito para a ansiedade é a SEGURANÇA (Fp 4.7). Quando temos segurança, a paz de Deus nos guarda (Fp 4.7) e o Deus da paz nos guia (Fp 4.9). Mas, para vencer a ansiedade e experimentar a segurança, devemos cumprir três condições que Deus determinou:
1) Orar corretamente (Fp 4.6-7)
Paulo usou três palavras para descrever a oração correta: “oração, súplica e ações de graças”. Orar corretamente envolve estes três elementos.
Oração – é um termo geral usado para se referir às petições que fazemos ao Senhor. Tem a conotação de reverência, devoção e adoração. Sempre que nos vemos ansiosos, a primeira coisa a fazer é ficar a sós com Deus para adorá-lo. O primeiro passo para orar corretamente é a adoração.
Súplica – uma expressão sincera e específica a Deus das necessidades e dos problemas enfrentados. A súplica não é uma questão de energia carnal, mas sim de fervor espiritual (Rm 15.30 e Cl 4.12).
Apreciação – dar graças a Deus. O Pai gosta de ouvir seus filhos agradecendo.
É importante salientar que Bíblia diz que se orarmos corretamente, “a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Fp 4.7).
Conversar com Deus da maneira correta sobre tudo o que nos preocupa é o primeiro passo para vencer a ansiedade. Perceba que a “paz de Deus” guarda o coração e a mente, as duas áreas em que as preocupações e a ansiedade são geradas.
Daniel é um bom exemplo sobre isso. Quando o rei declarou que todos os seus súditos deveriam adorar somente a ele, Daniel entrou no seu quarto, abriu as janelas e foi orar (Dn 6.1-10). É importante destacar a maneira que Daniel dirigiu-se ao Senhor: 1) Orava e dava graças (Dn 6.10); 2) Suplicava (Dn 6.11). Oração, súplica e ações de graças! O resultado foi perfeito: a paz em meio as dificuldades. Daniel conseguiu passar uma noite inteira com os leões na cova enquanto o rei não conseguia dormir no palácio (Dn 6.18).
2) Pensar corretamente (Fp 4.8)
A paz envolve o coração e a mente. Pensamentos incorretos geram sentimentos incorretos, e logo o coração e a mente vêem-se apertados e estrangulados pela ansiedade. É por isso que a Bíblia diz que é preciso “levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co 10.5).
Paulo descreve em detalhes as coisas em que devemos pensar como cristãos:
1) Tudo o que é verdadeiro – segundo Walter Cavert, uma pesquisa sobre ansiedade mostrou que apenas 8% das coisas que deixam as pessoas ansiosas são motivos legítimos para preocupação. Os outros 92% são imaginários, nunca aconteceram ou envolvem questões fora do controle das pessoas.
2) Tudo o que é respeitável e justo – ou seja, tudo o que é “digno de respeito e correto”. Muitas coisas não são respeitáveis e corretas e o cristão não deve pensar nelas.
3) Tudo o que é puro, amável e de boa fama – “puro” refere-se a pureza moral. “Amável” significa belo, atraente. “De boa fama” refere-se ao que é “digno de ser comentado”.
O cristão que enche a mente e o coração com a Palavra de Deus tem um “radar embutido” que ajuda a evitar pensamentos indevidos (Sl 119.165).
3) Viver corretamente (Fp 4.9)
Não é possível separar atos exteriores de atitudes interiores. A vida correta é uma condição para se experimentar a “paz de Deus”. Paulo fala de quatro atividades: “aprender, receber, ouvir e ver”.
Paulo está falando para fazermos igual a ele, ou seja, aprender a Palavra, receber a Palavra, ouvi-la e colocá-la em prática (Tg 1.22). É por isso que em Colossenses 3.15 o próprio Paulo fala que a paz de Cristo é o árbitro em nosso coração.
D. L. Moody dizia: “A Bíblia não foi dada para aumentar o nosso conhecimento, mas para mudar a nossa vida”. Todo esforço no estudo da Bíblia, na oração e no pensamento será em vão se não mudar o nosso caráter e nos tornar mais parecidos com Jesus. De novo, é preciso ser praticante da Palavra (Tg 1.22). Nesta linha, Howard Hendricks disse: “Interpretação sem aplicação é aborto!”
Conclusão
As três condições para se ter segurança e vitória sobre a ansiedade são orar corretamente, pensar corretamente e viver corretamente. Se Filipenses 4 é o capítulo da paz do Novo Testamento, Tiago 4 é o capítulo da guerra. Em contraste com este texto de Filipenses, Tiago fala que as guerras vem 1) das orações incorretas (Tg 4.3); 2) dos pensamentos incorretos (Tg 4.8) e 3) de uma vida incorreta (Tg 4.4).
Ou nos entregamos inteiramente ao Espírito Santo e oramos, pensamos e vivamos corretamente, ou nos entregaremos à carne e ficamos divididos e ansiosos. Como perguntou Warren Wiersbe: “Com a paz de Deus para nos guardar e o Deus da paz para nos guiar, que motivos temos para nos preocupar?” .
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Gostaria de agradecer por tão precioso estudo, com linguagem simples e direta, porém cheia do poder de Deus para aqueles, que como eu, querem aprender mais sobre como deixar de ser ansioso. Graça e paz!
ResponderExcluirDaniel Liborio Filho
liboriofilho@gmail.com